Wen Jiabao disse que países desenvolvidos têm ‘obrigação’ de mudar modo de viver.
Demorou. Já estamos todos cientes que este modo de vida impossibilita a existência futura da humanidade.
O primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, afirmou que os países ricos precisam abandonar o que classificou de “estilo de vida insustentável”, caso o mundo queira combater as mudanças climáticas.
O primeiro-ministro fez as declarações em um discurso de abertura de uma conferência sobre a mudança climática organizada pelas Nações Unidas em Pequim.
Wen Jiabao disse que os países desenvolvidos têm a “responsabilidade e obrigação” de mudar o modo como vivem, pois demanda muitos recursos e neste ritmo não só um Planeta Terra é insuficiente, como também, logo todas as fontes de energia e matérias primas estarão esgotadas.
Neste ritmo, já em 2050 a humanidade já estará convivendo com a completa escassez de muitos itens importantes como metais e plásticos, sem contar com inseticidas e produtos defensivos.
A falta de inseticidas ocasionará uma explosão de insetos causadores de inúmeras doenças graves como malária, dengue, febre amarela. Sem contar que os insetos reduzirão a produção agrícola a cerca de 30% da atual, o que será insuficiente para alimentação mundial.
Em negociações diplomáticas internacionais, a China tem se aliado a outros emergentes, inclusive o Brasil, na defesa do argumento de que os países ricos devem tomar a dianteira no combate ao aquecimento global porque começaram a poluir na época da revolução industrial, muito antes das nações em desenvolvimento.
Um estudo da Universidade da Califórnia publicado em maio estimou que a China se tornou o maior emissor de gases causadores do efeito estufa no período entre 2006 e 2007. E o próprio governo chinês reconhece que o país é hoje, juntamente com os Estados Unidos, o maior poluidor.
‘De acordo com nossos dados, o nível de emissões da China atualmente é quase o mesmo que o dos Estados Unidos’, afirmou há uma semana o vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Xie Zhenhua, à imprensa estatal.
O líder chinês também aproveitou a ocasião para pedir que os países emergentes também não descuidem do meio ambiente, mesmo diante da atual crise econômica.
Pequim sugeriu a criação de um fundo verde internacional através da ONU para promover a transferência de tecnologia ecológica aos países em desenvolvimento.
O fundo exigiria que os países ricos doassem 1(um) % do PIB deles, para ajudar às nações pobres e poluidoras.
As emissões anuais de todo o mundo correspondem a 8,5 bilhões de toneladas cúbicas de gases causadores do efeito estufa.
Apesar de não haver números precisos da China em 2008, estima-se que o país seja responsável por quase um quinto disso, ou 20% de toda a poluição.
Os Estados Unidos poluem quase o mesmo que a China, mas têm uma população muito menor.
Por isso, Pequim argumenta que, proporcionalmente, o estilo de vida de 1,3 bilhão de chineses não é tão nocivo ao meio ambiente como o de 300 milhões de americanos.
E isto é verdade, segundo a WWF, para manter os padrões de vida das classes A e B da China, para 6,5 bilhões de seres apenas um planeta seria consumido em recursos, mas já para manter os padrões A e B americanos seriam necessários mais de cinco planetas Terra.
Por outro lado, cerca de 70% da energia elétrica da China é originada na queima de carvão em usinas termoelétricas, uma matriz energética altamente poluidora. A queima de carvão combustível é certamente uma das maiores fontes de poluição que provocam o aquecimento climático no mundo.
Além disso, na China, a fiscalização de indústrias poluidoras em geral – como curtumes, químicos, papel, e outros – não é rigorosa como nos países desenvolvidos.
Os chineses, no entanto, ressaltam que têm metas ecológicas e pretendem reduzir o consumo de energia por unidade do Produto Interno Bruto em 20% dos níveis de 2005 até 2010, o que significa manter a produção industrial gastando menos energia.
Por Atama Moriya, em 16-11-2008
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