16 fev 2011-02-16 – Violentos protestos no Yemen hoje, quarta-feira – jovens seguem o exemplo dos jovens do Egito – Afinal o que é ser ditador ou tirano?

“Na capital Sanaa, pelo menos quatro manifestantes ficaram feridos nos confrontos entre estudantes que protestavam contra o governo e simpatizantes do regime, entre eles, três jornalistas, atingidos por partidários do Congresso Popular Geral (CPG, no poder). Em outra mobilização na capital, centenas de juízes pediam a “independência do Poder Judiciário e a renúncia de todos os membros do Conselho Superior Judicial, incluindo o ministro da Justiça”.

Os partidários do presidente Ali Abdallah Saleh – no poder há 32 anos -, armados com cassetetes, facas e pedras, atacaram os estudantes na saída da universidade, quando os jovens pretendiam seguir para o palácio presidencial na praça Sabiine. Os estudantes responderam com pedradas e foram perseguidos no campus, onde a polícia atirou para o alto para dispersar os dois grupos.

Em Taez, ao sul de Sanaa, milhares de pessoas também pediram mudança de regime e oito pessoas foram feridas na dispersão.

“Vamos continuar protestando até que o regime caia”, disse o universitário Murad Mohammed. “Não temos futuro sob as atuais condições.”

Dos 23 milhões de iemenitas, 40% vivem com menos de 2 dólares por dia, e um terço passa fome cronicamente.

Os protestos recentes têm sido menores que em semanas anteriores, quando dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas. Mas eles estão tendo um início mais espontâneo, e ocorrendo de modo mais violento e estridente.

Além de enfrentar a atividade da Al Qaeda, o Iêmen combate também rebeliões no norte e no sul do país, e está à beira de se tornar um “Estado falido”. Diante dos recentes protestos, Saleh prometeu deixar o poder em 2013 e propôs diálogo com a oposição.

Os partidos de oposição aceitaram as negociações, mas muitos jovens manifestantes estão frustrados. “Queremos mudança e queremos fazer a mudança do jeito que os egípcios e tunisianos fizeram”, disse o universitário Meshaal Sultan.

Num país onde metade da população possui armas, muitos acham que a revolta pode se tornar mais prolongada e violenta do que na Tunísia e no Egito.

*Com informações da AFP”  – Uol

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/internacional/2011/02/16/manifestacao-contra-o-governo-termina-com-um-morto-no-iemen.jhtm

Meus comentários:

Este é mais um país que sofreu a “montagem” democrática dos EUA. Mais uma imbecilidade do Ocidente e olhem só os resultados.

As circunstâncias são diferentes do Egito e o governo ditador com o apoio do Ocidente está agindo de forma violenta.

Além de uma vítima, um jovem ienamita de 21 anos, mais três repórteres, provavelmente americanos, foram feridos também.

Há notícias de outras dezenas ou centenas de feridos também, segundo várias agencias de notícias.

O Presidente do Yemen é um ditador no comando há 32 anos, e os jovens não querem mais esperar por mudanças, querem a mudança já.

Os amigos e correligionários do ditador são muitos, estão a defendê-lo porque, é óbvio, não querem perder a “boquinha”.

A injustiça e a corrupção é enorme no governo e sempre houve conivência dos americanos principalmente, os quais mantém até bases militares no país.

A miséria é igualmente louca e extremamente presente na sociedade do Yemen.

Os pró-Saléh, o ditador, são muitos e estão agindo com armas e facas para atingir e ferir os manifestantes, principalmente jovens estudantes.

Engraçado que novamente o ocidente se cala sobre estas ditaduras montadas no pós-segunda guerra mundial. Principalmente os americanos e seus interesses escusos, vendedores da idéia de que são eles os “paladinos” da democracia. Uma mentira, cuja máscara cai neste novo milênio.

Espero que agora o Ocidente possa compreender por que os povos do Oriente Médio tem tanta raiva de americanos.

Esta semana, na medida do possível, tenho assistido os confrontos em Sanaa e em Argel, e fico triste em perceber o quanto a ignorância humana a ajudou a criar situações absolutamente inaceitáveis a outros seres humanos de outros países mais pobres. Uma vergonha que mancha a alma de todos no Planeta.

Calar-se ou omitir-se nesta hora é um ato de vergonha e desonra para qualquer ser humano.

Sinto que os povos da Argélia e do Yemen não vão simplesmente abrir mão de seus sonhos e os protestos e violência devem continuar a ferver.

Idênticos movimentos estão crescendo em todo o Oriente Médio e não vai parar simplesmente pela opressão dos regimes ditadoriais.

Há uma super onda de liberdade e democracia verdadeiras norteando todas as filosofias políticas na região, e é uma onda do bem, da justiça e da verdade.

A onda da verdade e da justiça chegou no Planeta Terra e ela veio para ficar, em definitivo pelos próximos dois mil anos e este processo de transição será duro e longo porque a ignorância humana ainda está no Poder do mundo.

Estranhei a Hitlary Clinton se manifestar criticando a violência com que o governo iraniano acabou com um protesto em Teerã, porquanto ela tenha razão neste ponto, não mencionou o que estão a fazer com relação aos mais de trinta países ditatoriais que os EUA apóiam desde a 2ª. guerra mundial, como Sudão, Iêmen, Argélia e tantos outros.

Vejam a lista preparada em 2010 pela revista inglesa Foreign Policy, nesta lista alguns nomes não tem nada a haver, porque são regimes e culturas especiais, como a China, cujo processo cultural não pode ser medido por nós, pelo lado de fora, mas a maioria chama a atenção mesmo.

A Revista, podemos observar, tem uma visão tendenciosa também, porquanto relata todos países ditatoriais, mas inclui outros por não serem capitalistas.

Certamente desconhecem que democracia não é simplesmente ter eleições e ser capitalista, é ter um governo “verdadeiramente” voltado para o Povo e a favor do Povo, algo que não vejo nem no Reino Unido.

Mas vejamos a lista que ainda é incompleta, há muitos outros países, principalmente da África que não são mencionados, certamente para não ferir interesses econômicos de empresas européias E AMERICANAS que exploram minérios, enterram lixo radioativos naquele continente, e retiram as riquezas de aviões sem ao menos registrar.

Tendenciosamente o ditador da Coréia do Norte aparece um primeiro lugar. Por que? Para os seus povos, em termos de miséria e exploração os do oriente Médio e África deveriam ser os primeiros.

Por que citar Cuba, já que neste caso o Ocidente e a ONU excluíram este país das relações comerciais do mundo. Quando e se efetivamente for quebrada a barreira comercial e política poderemos falar a respeito.

Na visão macro, estamos falando de países em que o grau de justiça social e econômica é ampla, assim como é ampla a liberdade de viver. Esta liberdade só se alcança quando todos os jovens tem condições de optar pelo seu progresso e isto se torna realmente verdadeiro.

Na maioria dos países em desenvolvimento esta liberdade de escolha inexiste e a miséria é o item em comum para todos.

Voltamos a repetir que devemos excluir da visão de liberdade estes falsos modelos ocidentais que separam como sendo ruim ser muçulmano ou viver em regime comunista ou socialista. Nada a haver.

Um futuro regime mais justo nas sociedades, não para hoje atentem, mas para um futuro ainda distante será muito mais social-democrata do que vemos ou somos capazes de enxergar hoje.

Estou cansado de ver sociedades democráticas, com eleições e tudo mais, porém com um povo extremamente infeliz, explorado economicamente pelos seus governantes e principalmente por outros países com suas políticas de interesses econômicos, de domínio e manipulação do povo.

Na lista a Tunísia nem foi citada. Creio que alguns citados, o foram somente porque se opõem ao regime de controle dos aliados G-5.

*1. Kim Jong-il, da Coreia do Norte, 16 anos no poder

*2. Robert Mugabe, do Zimbábue, 30 anos no poder

*3. Than Shwe, de Mianmar, 18 anos no poder

*4. Omar Hassan Al Bashir, do Sudão, 21 anos no poder

*5. Gurbanguly Berdimuhamedov, do Turcomenistão, quatro anos no poder

*6. Isaias Afwerki, da Eritreia, 17 anos no poder

*7. Islam Karimov, do Uzbequistão, 20 anos no poder

*8. Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, cinco anos no poder

*9. Meles Zenawi, da Etiópia, 19 anos no poder

*10. Hu Jintao, da China, sete anos no poder

*11. Muammar al Qaddafi, da Líbia, 41 anos no poder

*12. Bashar al Assad, da Síria, dez anos no poder

*13. Idriss Déby, do Chade, 20 anos no poder

*14. Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, da Guiné Equatorial, 31 anos no poder

*15. Hosni Mubarak, do Egito, 29 anos no poder – (este já era)

*16. Yahya Jammeh, da Gâmbia, 16 anos no poder

*17. Hugo Chávez, da Venezuela, 11 anos no poder

*18. Blaise Compaoré, de Burkina Fasso, 23 anos no poder

*19. Yoweri Museveni, de Uganda, 24 anos no poder

*20. Paul Kagame, de Ruanda, dez anos no poder

*21. Raúl Castro, de Cuba, dois anos no poder

*22. Aleksandr Lukashenko, de Belarus, 16 anos no poder

*23. Paul Biya, de Camarões, 28 anos no poder

E cadê o resto???

E por fim, o que é ser ditador? O que é exercer ditadura e tirania? Implica somente de um governante para o seu Povo, de um dirigente para o seu Povo? Não seria mais amplo e implicaria também em países e sociedades que exercem ditadura e tirania com relação a outros países e sociedades?

Acompanhem: todo o tipo de tirania na civilização vai cair nesta década.

Por Atama Moriya, em 16-02-2011.

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2 respostas para 16 fev 2011-02-16 – Violentos protestos no Yemen hoje, quarta-feira – jovens seguem o exemplo dos jovens do Egito – Afinal o que é ser ditador ou tirano?

  1. Atama Moriya disse:

    Olá Eduardo,
    Agradecido pelas informações. Vou buscar novas informações sobre Cuba de hoje, me desculpe pelo meus enganos, certamente devo estar errado em muitas coisas, mas vou me esforçar para melhorar. Não sou jornalista e não tenho conhecimento neste sentido e falta-me tempo para escrever e pesquisar alguns assunto melhor. Uma falha pelas circunstâncias. Um grande abraço. AM.

  2. Eduardo de Almeida Conrado disse:

    Amigo,

    Estes ditadores estão há tempos no poder, são um verdadeiro câncer Social, a ditadura em si é um câncer social, a observação repetitiva de que fulano e ciclano foram alimentados ou construídos pelo ocidente acaba dando volta no mesmo lugar, ou seja, você não falou nada que já não soubessem ou que significasse algo de produtivo.Enfim, não é o ocidente que está clamando nada, e sim o povo que pede um novo sistema e liberdade para escolher seu representante, o que vai pelo caminho da Democracia.Vejo que seu conhecimento é bom, sou um simples jornalista que não trabalha na área no momento por diversos motivos conhecidos, mais enfim, vc está equivocado em comentar sobre Cuba, que depois que Raul assumiu não é mais a mesma…

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